terça-feira, novembro 07, 2006

Há uns dias deparei-me com um livro intitulado "Poesias Completas" António Feijó. Ao esfolhear algumas páginas encontrei este poema do qual apenas conhecia uma parte e que é muito bonito.

"Nasci à beira do Rio Lima,
Rio saudoso, todo cristal;
Daí a angustia que me vitima,
Daí deriva todo o meu mal.

É que nas terras que tenho visto,
Por toda a parte por onde andei,
Nunca achei nada mais imprevisto,
Terra mais linda nunca encontrei.

São águas claras sempre cantando,
Verdes colinas, alvor de areia,
Brancas ermidas, fontes chorando
Na tremulina da lua-cheia...

É funda a mágoa que me exaspera,
Negra a saudade que me devora...
Anos inteiros sem primavera,
Manhãs escuras sem luz de aurora!

Ó meus amigos, quando eu morrer,
Levai meu corpo despedaçado,
Para que eu possa, já sem sofrer,
Dormir na Morte mais descansado!"

"António Feijó"

1 comentário:

Micas disse...

De volta depois de uma ausencia forcada e que ainda nao me deixa escrever devidamente, falta-me re-instalar o dicionario que me permite utilizar a pontuacao para o portugues!! peco desculpa por isso.

Beijocas e bom fim de semana